quinta-feira, 8 de abril de 2010

Depois de 20 anos, Sarney vai retornar à Presidência


    Calma, não se exalte. José Sarney deve mesmo sentar-se na cadeira de presidente da República. Mas será por poucos dias.

    Três fatídicos dias. De segunda a quarta-feira da semana que vem. Período em que Lula estará em Washington.

    Para tranqüilidade geral, Sarney apressou-se em avisar: "Se isso for confirmado, cumpro protocolarmente. Já fui presidente, é um tempo que já passou".

    Passar, não passou. O brasileiro de meia-idade ainda traz na memória, por exemplo, a taxa de inflação que Sarney legou: 80%.

    Os mais jovens talvez se perguntem: Por ano? Convém informar: não, não, 80% ao mês.

    Deve-se à legislação eleitoral o retorno momentâneo ao passado. Os candidatos de 2010 estão proibidos de ocupar cargos executivos desde 3 de abril.

    Na ausência de Lula, deveria assumir o vice José Alencar. Porém, ele cogita disputar uma cadeira no Senado. Pelo sim, pelo não, vai para o Uruguai.

    Segundo da linha sucessória, o presidente da Câmara, Michel Temer, ambiciona comparecer às urnas como vice de Dilma. Já planeja a viagem ao estrangeiro.

    Ausentes Lula, Alencar e Temer, não restou senão Sarney. Presidente do Senado, ele não é candidato a nada. Tem mandato até 2014.
 
    Por precaução, conviria a Lula nomear um 38º ministro. Ministro da umbanda.

    Não um ‘tranca-ruas’ mequetrefe, mas alguém com poderes para fechar a atmosfera do gabinete presidencial durante os despachos de Sarney.

 Josias de Souza

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