Uma carteira de habilitação poderia custar entre R$ 450 e R$ 1,5 mil, sem necessidade de provas teóricas e práticas, em um esquema criminoso interestadual desarticulado nesta segunda-feira (14) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba.
A Operação Espelho de Prata levou 400 homens das polícias Rodoviária Federal e Civil às ruas de 10 cidades paraibanas e três Estados, com o objetivo de cumprir 93 mandados, sendo 41 de prisão e 52 de busca e apreensão. Até as 12h, 31 pessoas haviam sido presas. Além dos servidores públicos, há proprietários de autoescolas entre os presos. Todos foram encaminhados à Central de Polícia, em João Pessoa.
De acordo com o delegado Wagner Dorta, que preside o inquérito, e o procurador-geral de Justiça Oswaldo Trigueiro Filho, há indícios de que pessoas do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais adquiriam carteiras de habilitação na Paraíba.
Um fato que chamou a atenção da polícia e do Ministério Público foi uma prova ocorrida no município de Itabaiana, onde todas os 60 pessoas inscritos para prestaram o exame do Detran foram aprovadas. De acordo com as investigações, a maioria delas eram não eram da Paraíba, e nem sequer pisaram no Estado para fazer as provas.
Como funcionava o esquema
Em entrevista coletiva, os representante dos órgãos envolvidos nas investigações explicaram como funcionava o esquema. Para adquirir uma carteira de habilitação o candidato procurava uma autoescola. Esta, por sua vez, intermediava as negociações com os servidores do Detran. Em tempo recorde, cerca de 30 dias, o documento já estava na mão do aluno da autoescola.
Escutas revelaram que alguns dos envolvidos chegavam a encomendar as carteiras por telefone e as recebiam em casa via Sedex.
A Justiça expediu mandados de prisão, busca e apreensão para serem executados em João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Alhandra, Itabaiana, Sapé, Guarabira, Rio Tinto, Pombal e Princesa Isabel.
Os envolvidos responderão pelos crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha e corrupção de agente público.
O Ministério Público anunciou que a Justiça analisará os casos dos analfabetos envolvidos na compra de documentos para dirigir. Eles poderão ser submetidos a um curso de alfabetização para o trânsito, para que possam, legalmente, retirarem suas carteiras de habilitação.
Fonte: Paraiba1 com o Blog
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