quarta-feira, 24 de março de 2010

Com apitaço, professores em greve invadem o plenário da Assembleia





Com um tradicional “apitaço”, professores da rede estadual de ensino, em greve há 24 dias, invadiram na tarde de hoje as galerias e o plenário da Assembléia Legislativa da Paraíba, num protesto ao governo Maranhão que, segundo a categoria, não  respeita os direitos dos profissionais da Educação.

Coincidentemente, os manifestantes que, a princípio, estavam apenas nas galerias, decidiram descer ao plenário na hora em que o líder do governo na Casa, o deputado Gervásio Maia (PMDB), ocupou a Tribuna da Assembleia.

Após a invasão do plenário, o deputado Pedro Medeiros, que presidia os trabalhos, decidiu encerra a sessão e transforma-la em audiência pública para discutir a atual situação dos professores.

O coordenador geral do Sindicato dos Profissionais de Educação, professor Antônio Arruda, disse que o governador José Maranhão não quer cumprir a lei federal nº 11.738, que instituiu o Piso Nacional do Professor (R$ 1.024), o qual deveria ter sido implantado em janeiro deste ano.

Antônio Arruda disse também que a categoria não vai aceitar uma decisão “unilateral, inconstitucional e arrogante de um governador ilegítimo que foi colado no cargo pela Justiça”.

Arruda afirmou que, se for preciso, os professores estão dispostos até a acampar dentro e fora do Legislativo Estadual. Ele propôs, inclusive, a criação de uma Comissão Especial Parlamentar para tentar marcar uma audiência entre a comissão de professores, que estão liderando a greve, com o governador José Maranhão (PMDB).
O Governo editou uma Medida Provisória (MP) que garante ao magistério um reajuste de 5% em cima dos vencimentos, retroativo a janeiro e fevereiro deste ano. Isso não agradou a categoria que reivindica, pelo menos, um aumento de R$ 712,50, abrindo mão, inclusive, do piso nacional de R$ 950,00.
“Abrimos mão desse reajuste de 5%, do piso nacional, desde que o Governo nos conceda uma audiência e reajuste os salários da categoria em R$ 712,50”, ressaltou o coordenador do Sintep, Antônio Arruda.
O líder governista, deputado Gervásio Filho (PMDB), também propôs a formação de uma comissão, com parlamentares e professores, para dialogar com o secretário de Educação do Estado, Salles Gaudência, e tentar encontrar alternativas para solucionar o impasse. “Só se consegue as coisas por meio de diálogo. Por isso é que pede essa audiência pública aqui no plenário”, disse.
A greve dos professores já dura 24 dias. Mais de 85% de 22 mil profissionais do magistério paralisaram suas atividades, segundo Arruda. Alguns deputados, como os tucanos, Antônio Mineral, Romero Rodrigues e Zenóbio Toscano, Dr. Veríssinho (PMDB) e Nadja Palitot (PSC), se revezaram na tribuna da Casa para apresentar propostas e expor suas opiniões sobre o movimento.

APLP - A indignação da categoria também foi externada pelo professor Francisco Fernandes, presidente da Associação dos Profissionais de Licenciatura Plena do Estado da Paraíba (APLP). Fernandes ressaltou que a classe não está pedindo nada além do cumprimento da lei.

Os professores do Estado recebem atualmente vencimentos no valor de R$ 600,00, em média. “Queremos apenas que o governador Maranhão cumpra a lei e implante, no Estado, o Piso Nacional do Professor, aprovado no Congresso nacional”, declarou Fernandes.

Parlamentopb

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